segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Margo

Capitulo 3.
Terceiro dia. Sim, terceiro dia que ela invadiu meus pensamentos, que não paro um segundo se quer de pensar nela. 
Como de costume, fui para a estação pegar o trem, mas dessa vez era diferente. Eu ficava observando cada detalhe, cada menina, cada mulher que passa eu encarava para ver se a encontrava, mas nada dela. Entrei no trem a mesma coisa se repetia. E, dessa vez ela não passou pela estação. Nem na ida e nem na volta.
Cheguei em casa por voltas 22:00 horas e ao me deitar algo me disse para retornar ao bar que eu tinha há visto pela primeira vez. Então eu obedeci.
Enquanto andava em direção ao bar, cada passo era uma esperança de que ela estaria lá novamente, mas algo me dizia que ela estaria ferida de novo. Então cheguei ao bar e resolvi sentar na mesma mesa. Olhei para a mesa em que tinha a visto, e estava vazia. Fiquei um bom tempo observando aquela mesa, e nada dela.
Meu coração já não estava mais aguentando de tanta ansiedade para encontrar aquela mulher, minha cabeça já estava quase estourando de tantas perguntas que tinha sobre ela. Caraca, ela não poderia facilitar as coisas pelo menos? Ela poderia ter deixado uma pista, qualquer coisa.
Então de repente, a porta do bar se abre, e todos param e olham diretamente para a porta. E quem era? Sim ela! Eu estava naquele bar a mais ou menos 2 horas e ela apareceu. 
Ela se sentou na mesma mesa, e por mais estranho que pareça, ela olhou e sorriu para mim. Aquilo me deixou ainda mais encantado por ela, mais apaixonado! Ela estava linda. Estava com uma roupa diferente, uma calça jeans rasgada, uma blusa inteira branca- acho que ela adorava roupas grandes, porque a blusa estava muito grande para ela- e um tênis na cor preta. Seus cabelos estavam presos a um rabo de cavalo alto, estava com um olhar muito marcante, e sua boca estava vermelha por conta do batom em que estava usando. 
Esperei um tempo para ir conversar com ela, mas tomei coragem e fui. 
"Posso me sentar?" Perguntei. "Sim, claro." Respondeu.
Seu nome era Margo- como no livro Cidades de Papel do John Green, ela até parecia mesmo com a Margo, cheia de mistérios, porém Margo sempre deixava pistas, já ela não gostava que soubessem onde ela estava. Tinha 19 anos, adorava ler, poesias, escrever e estar sozinha. Ela gostava de estar sozinha, mas não de se sentir sozinha. 
Conversa vai, conversa vem, descobri tudo o que precisava sobre ela, inclusive o motivo de todos os cortes e de todas as lágrimas daquele dia. Um babaca havia a trocado por outra. Fiquei pensando como ele deve a coragem de trocá-la, uma garota/mulher tão doce, tão inteligente, tão linda como ela por outra totalmente sem sal. A beleza dela era única, ela não tinha esses negócios de frescura e pouco se importava com suas roupas. Mas havia algo nela que a fazia diferente de todas as outras, não sei explicar bem o que era, podia ser o olhar simples, o sorriso bobo, a alma doce e mais um monte de outras coisas, só não tinha descoberto ainda o que era. Porém sei que esse dia vai chegar.
Ficamos conversando durante umas 3 horas, já era tarde e ela precisava ir embora. Acompanhei-a até o caixa, pedi para que ela me deixasse pagar a sua conta, ela negou, disse que não gostava de depender dos outros, então concordei. Fomos até a porta e do lado de fora do bar ela me deu um beijo no rosto e disse "a gente se vê, eu espero", ela virou e seguiu a escuridão mais uma vez, eu fiquei ali a observando desaparecer em meio aquela rua reta. Tive nesse momento a impressão de que ela olhou para trás e sorriu para mim, e depois desapareceu completamente.
Aquela noite foi a mais feliz da minha vida. Reencontrei a misteriosa, tivemos uma conversa incrível, ela era incrível. Apaixonei-me mais! E eu tive a certeza de que ela iria voltar, tive a certeza que iríamos se encontrar novamente. E o melhor, foi "a gente se vê, eu espero", essa frase ficou marcado em meu coração e em meu pensamento.
Cheguei em casa todo bobo por ela, fiquei horas tentando dormir, mas só pensava nela. Aquela noite nunca ia sair da minha memória, iria até sonhar com ela. Nada foi tão lindo quanto aquilo, nada e tão lindo quanto ela. Ela me deixou completamente apaixonado, ela me deixou bobo.
Naquela noite descobri tudo, naquela noite descobri quem eu queria estar nos braços. Naquela noite descobri a mulher da minha vida.

-Vitória Medeiros.

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