sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Margo

Capitulo 2.
Quando sai daquele bar, fiquei pensando se poderia encontrá-la novamente, se ela estaria pensando em mim, se ela ainda estava machucada (tanto nos braços quanto no coração), se ela tinha se apaixonado por mim assim como eu me apaixonei por ela - meio clichê esse amor que tenho por ela, "amor a primeira vista". Foram várias perguntas se formando em minha cabeça até eu chegar em casa, mas a pergunta que mais me incomodava era de quem era ela. Porque nunca tinha visto nada igual, nunca tinha sentido algo tão forte assim por alguém que nem tinha se quer conversado, tinha apenas trocado um olhar e um sorriso e mais nada.
Mas ela parecia ser diferente. Não! Ela era diferente, eu sentia isso, dês do seu jeito de se vestir ao seu jeito de andar, dês do batom vermelho que estava quase sem já, até as cicatrizes em seus braços. Ela era a diferença que eu precisava.
Cheguei em casa, liguei o chuveiro, deixei a água cair para esquentar um pouco enquanto eu procurava uma roupa para colocar. Entrei no chuveiro tentando parar de pensar um pouco nela, mas a água estava muito fria, e ela parecia estar ali. A água fria me fazia lembrar dela, pois em certos momentos que a observei naquele bar, senti que não havia mais fogo dentro dela, porém já tinha sido tomada por uma frieza inexplicável.
 Não demorei cerca de 5 minutos no banho, quando sai, me troquei e fui me deitar. Na verdade sentei na cama e fiquei olhando para o nada. Nesse tempo reparei que meu quarto estava uma bagunça, que me fez lembrar que alguém tinha bagunçado os sentimentos e a cabeça dela. Resolvi dormir, pensei: amanhã será um novo dia e ela já não estará mais em meu pensamento, também não vou mais encontrá-la.
Enganei-me.
No outro dia de manhã, estava no trem, quando olho pela porta, quem está lá? Ela. Eu olho fixamente e ela me encara como se me conhecesse e dissesse para ir atrás dela. Saio em disparado à porta, mas já e tarde demais. A porta se fechou. E mais uma vez ela se foi. 
No tempo em que ficamos nos encarando, eu reparei que ela estava com a mesma roupa de ontem a noite, a mesma camiseta jeans, o mesmo all-star, a mesma calça, e o mesmo batom. Só o cabelo que estava um pouco mais bagunçado, e dessa vez ela estava carregando uma pequena bolsa de lado. Essas eram as duas únicas coisas que tinham mudado de ontem para hoje nela. 
Mas cara, da onde ela veio? Será que ela estava bem? E os cortes? Quem ela e? Foram tantas perguntas que ficaram em minha cabeça aquele dia, o dia todo pensando nela, o dia todo imaginando o que ela estaria fazendo, com quem estaria, como era o seu nome e tudo mais. Ela estava fazendo com que tudo se tornasse um mistério, como se ela fosse um mistério. Na verdade, ela era o mistério, e eu era o detetive buscando pistas sobre uma garota/mulher que eu nem ao menos sabia o nome. Mas isso tudo estava me fazendo querer conhecê-la o mais rápido possível.
Depois de voltar pra casa, descobri que eu realmente me apaixonei por ela, por uma garota/mulher misteriosa. Mas por uma garota/mulher que eu tinha a certeza de que me queria. Tive a certeza depois de ter reencontrado ela na estação. Depois de ter olhado mais uma vez nos seus lindos olhos, e de ter mais uma vez a sua alma junto a minha. 
Decidi então, que a partir de hoje, será uma busca sem volta por ela.

-Vitória Medeiros.

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