quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Margo.

Capítulo 5.




Margo acordou cedo no outro dia, saiu sem ao menos se despedir, apenas deixou um pouco de café perto da minha cama e um bilhete escrito:
“Agora eu sei onde posso te encontrar.
Com carinho,
Margo.
PS:  Eu irei voltar, só não espere.”
“Eu irei voltar, só não espere”, “O que ela mais gostava era de mistérios e acabou virando um” algo assim que diz no livro do John, às vezes penso que ele escreveu para ela, mas acho que ela se inspirou nele.
Margo, mais uma vez me deixou cheio de perguntas, cheio de curiosidade, cheio de amor, mais uma vez ela me deixou. Nunca vou entender o fato de esse ir e vir dela, até entendo que ela nunca vai ser do tipo de ficar em um lugar só por muito tempo, e nem do tipo que vai se prender por um amor - ela me disse na noite passada que já se prendeu demais e nenhuma valeu a pena, então ela tinha resolvido nunca mais fazer isso, inclusive, ela tinha decidido tomar essa decisão na noite em que quase se conhecemos-, a única certeza que eu podia ter e que ela iria voltar, só não podia esperar.
O cheiro dela ficou pela casa, ficou em minha blusa, nos lençóis e no travesseiro. Ela tinha permanecido ali por pouco tempo, mas parecia que ela ainda estava ali. Já que não havia mais o que ser feito eu resolvi então ir trabalhar, resolvi deixar o dia normal, não igual ontem, mas igual há todos os dias desde quando eu a vi pela primeira vez!
Tudo havia ocorrido normal no meu dia, até que eu chego em casa e me deparo com a janela aberta, logo penso em chamar a policia mas me lembro que Margo iria voltar, e ela não era do tipo de esperar alguém chegar para que ela entrasse, ainda mais quando era alguém que ela sabia que não iria se importar se ela entrasse em sua casa e ficasse por lá. Mas dessa vez era diferente, Margo tinha deixado uma pista, não era exatamente uma pista, era mais algo tipo “eu estive aqui”, ela me deixou uma pétala de rosa, o incrível foi que ela deixou em cima do balcão da cozinha. Não era muita a cara de Margo gostar de rosas, mas se fossemos ver que ela era linda como uma flor por dentro e por fora era cheia de espinhos, poderíamos compara-la com uma.  Peguei a pétala e guardei ela dentro de uma caixinha que eu tenho no meu criado mudo, junto com o bilhete de hoje de manhã, fui tomar um banho, tentar esquecer um pouco disso tudo e apenas deixar que tudo fique tranquilo.
O dia já terminou e a noite começou a chegar, estou muito cansado, preciso de um ar. Resolvo sair, vou dar uma volta pela cidade, é claro, passei naquele barzinho, mas dessa vez era diferente, não fui lá por conta de Margo e nem esperar que ela parecesse por lá, fui lá por causa que nada que uma dose não resolve certo ?

Hoje foi tudo tranquilo, não tive aquela sensação de encontrá-la como eu estava tendo nos últimos dias, foi tudo normal. Não vou dizer que não teve pensamentos em Margo, porque teve sim,  ela nunca vai sair de dentro de mim, mas era diferente, hoje eu já sabia que alguma hora ela iria aparecer, não sabia quando, nem a hora, mas eu sabia que a qualquer momento eu poderia chegar em casa e ela estaria lá, ou ela teria passado por lá e ter deixado alguma pista. Hoje eu já sabia que ela iria começar o ir e vir, e que nunca iria parar. Talvez um dia ela decida ficar, ou talvez ir de uma vez por todas, mas estávamos só começando, o final estava muito longe ainda. Acredito que não irá ter final, mas eu sei que esse dia está muito longe de acontecer, Margo ainda era apenas uma jovem que queria ser livre, que queria aproveitar sua liberdade enquanto podia, ela apenas queria voar, voar para bem longe, longe de tudo que a faria sofrer e de toda a sua realidade medíocre que ela tinha. Margo era apenas uma garota de 19 anos querendo se encontrar em um mundo onde ela não fazia parte.  


-Vitória Medeiros.

domingo, 20 de novembro de 2016

Margo.

Capitulo 4.

Depois do nosso ultimo “encontro” tive uma vontade inexplicável de querer encontra-la todos os dias, mas isso era impossível porque ela não era do tipo que deixa numero de celular e marca o dia a hora e o local, como eu já havia dito antes, ela era tipo a Margo do John Green, gostava de ser misteriosa e se deixar levar pelo destino.
Nos próximos três dias eu fiquei indo aquele bar todas as noites para tentar revela, mas ela simplesmente não apareceu. Observei também cada canto, cada mulher, cada garota da estação e nada dela, nem se quer uma pista ou alguém parecida com ela, isso me deixava intrigado.
Porém, teve um dia que eu acordei todo feliz, e nem motivo tinha, o dia tinha começado estranho. Estranhei minha felicidade, estranhei que reparei que minha vizinha tinha um coelho no quintal, estranhei que reparei nas pessoas que passavam por mim na rua e estranhei mais ainda por ter dito a sensação de que algo bom estava para acontecer.
Logo a noite eu fui para o tal bar, cheguei e dessa vez não me sentei a mesa como de costume, me sentei ao banquinho do balcão de bebidas. Pedi uma dose de tequila com limão, não tinha o costume de pedir isso, porém o dia já estava estranho, e como já estava acabando resolvi então deixar ele um pouco mais estranho. Quando o garçom me entregou a bebida, vi que havia um bilhete colado no copo. Perguntei o que era aquilo, ele nem deu muita bola, resolvi abrir e ler, dizia: “ME ENCONTRE DAQUI 20 MINUTOS NA RUA TRÊS COM A CENTRAL”. Fiquei sem entender nada, não tinha nada de identificação de quem teria mandado e para quem era. Perguntei para o garçom se realmente era para mim, e quem foi que mandou, ele me virou as costas e fez uma cara de pouco amigo.
Margo. Certeza que tinha sido ela. Mas porque ela queria se encontrar comigo? Ainda mais na rua do lado da minha casa – não sei se ela sabia que era ao lado de casa-, e em 20 minutos? A curiosidade de quem era tinha me invadido naquele momento, e eu com um pouco de medo fui correndo ate a rua três com a central para encontrá-la. Mas, caraca, ela já havia percebido que eu já estava loucamente apaixonado por ela, não precisava de joguinhos, eu iria sem mais nem menos, por ela eu iria até ao inferno.
Cheguei ao local marcado, e me surpreendi, sim, era ela. Margo. E ela estava linda como sempre. Cabelos lisos, sorriso encantador, maquiagem quase imperceptível, a calça rasgada novamente, o sapato dessa vez era um tênis vermelho, a blusa era preta, e a jaqueta jeans amarrada na cintura. Ela olhou para mim, sorriu e disse “oi, vamos para sua casa, preciso conversar com você”. Espantei-me.  Fiquei me perguntando como ela sabia a onde eu morava, e  o que ela queria, mas não me dirige a uma palavra a ela –ela tinha sido tão direta que não soube o que falar- eu apenas estiquei o braço para mostrar por onde iriamos, mas ela parecia que já conhecia o caminho. 
Faltava apenas algumas casas para chegar a minha, estávamos em silencio, quando ela respirou fundo e disse “me desculpe por ter te encontrado dessa forma”, assim ela quebro todo o silencio, e então até chegar em casa fomos conversando, nada de interessante, foi uma conversa normal. Cheguei em casa, abri a porta para que ela entrasse primeiro, disse o clichê de sempre “sinta-se a vontade”, ela sentou no sofá, fui até a cozinhar pegar algo para beber, entreguei um copo com um pouco de suco de limão, e tive que observar o seu pulso e braço a hora que ela esticou para pegar o copo. Sim, ainda estavam todos marcados, alguns pareciam ser de cedo, outros já parecia ser de uns dias atrás.
Como que a curiosidade me pegou, perguntei a ela como ela sabia a onde eu morava, e como ela sabia que eu estava no bar naquele horário. Ela me disse que era bruxa e adivinhava as coisas, rimos. Ela realmente tinha um sorriso lindo, e uma risada que parecia ser musica aos meus ouvidos.  Conversamos por horas, já passava da uma da manhã e era assunto que não acabava mais, parecíamos melhores amigos ou amigos que não se via a anos. A conversa estava tão boa que nem percebemos que o tempo lá fora tinha mudado e estava começando a chover. A chuva aumentou e ela apenas se questionou de como ela iria embora, eu não estava com o carro para leva-la, então ofereci minha cama e uma blusa para ela dormir, disse que ela não precisava se preocupar porque eu iria ficar pela sala mesmo. Ela disse que confiava em mim e sabia que eu nunca faria nada que ela não quisesse ou que a machucaria.
Ela aceitou meu pedido. Foi ao banheiro e se trocou, arrumei a cama para ela e quando ela ia se deitar me deu um beijo no rosto e disse “boa noite, e obrigada por ser meu ouvinte essa noite”. Fiquei na porta do quarto vendo ela se deitar, ela era linda, não canso de repetir isso, ela era mais linda ainda dormindo. Pegou no sono muito rápido, cheguei perto da cama a cobri e dei um beijo em sua testa, ela meio que acordou e disse “pode se deitar aqui do meu lado, estou com um pouco de medo”, não poderia recusar esse pedido, mas a respeitei, deitei com um pouco de remorso, mas ela preferiu me deixar com um pouco mais de tensão ainda, ela se deitou em meus braços. “Apenas amigos” eu repetia para mim.

Caraca, ela estava em meus braços nessa noite, meu sonho realizado, não da forma que eu queria, mas ele estava sendo realizado, por ela ainda! Trovoes não a assustaram e eu a protegi.  Ela estava nos meus braços, e estava linda, parecia um anjo, tinha uma luz incrível. Claro não podia deixar de observá-la, fiquei atento a cada detalhe, até que peguei no sono com ela em meu colo.  Meu sonho realizado, ela estava dormindo em meu colo.

-Vitória Medeiros.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Reciprocidade.


Nunca acreditei em amor a primeira vista, para ser bem sincera, nunca acreditei na reciprocidade. Sempre achei que isso era conto de fadas e coisa de gente que amava intensamente, só acreditava no amor não correspondido, até que minha perspectiva mudou completamente depois de sua chegada, na verdade, tudo mudou depois que você apareceu...
Eu estava uma bagunça, havia vários ferimentos dentro de mim, é alguns ainda estavam sendo cicatrizados. Não queria que você entrasse de qualquer jeito em meu coração, queria que sua chegada fosse marcante e linda, queria que tudo estivesse arrumado, limpo e sem ferimentos por isso pedi calma. Não pedi exatamente com essas palavras, pedi na negação do que eu mais temia: amor à primeira vista. 
Estava acontecendo comigo, tive que negar, mas você se declarou e ao em vês de esperar eu arrumar tudo para sua chegada. Esse sentimento que você me causou logo de cara me deixou confusa em vários sentindo, nunca tinha sentido algo tão intenso na minha vida, não sabia o que era então tive que negar sim, para minha proteção e para a sua. 
Na verdade, eu nunca quis negar, (eu nunca te neguei na verdade) mas eu fui obrigada a fazer o que eu fiz você me entende? Eu era só uma menina sofrendo por amor, e você chega do nada e já quer fazer outro estrago assim?! Não era muito o que eu queria. No fundo, bem no fundo, eu sempre te esperei, porém você chegou na hora errada. Errada que eu digo foi o momento em que você veio, porque a hora em que eu te conheci tudo mudou...
Na hora em que eu te conheci me contradizei em tudo. Descobri o que era amar logo de cara, e descobri também que não era coisa de gente que amava intensamente, e sim era coisa de gente que precisava amar intensamente, mas não amar qualquer pessoa, mas amar um desconhecido pelo simples dela tem que conhecer o real sentindo disso tudo. E foi com você que eu conheci isso.
Você não me deixou organizar tudo para sua chegada, não quis esperar assim como tinha te pedido, você feito um furacão sem avisar e nem nada, veio sem ao menos mandar um sinal, e bagunçou tudo de novo. Por alguns instantes eu fiquei furiosa com você, não acreditava em uma só palavra sua, nem no seu eu te amo, afinal, eu nunca acreditei em reciprocidade né. Mas mesmo você não acreditando, hoje eu te digo que sempre fui recíproca a você, e não foi atoa que me apaixonei logo de cara.
Você e tudo aquilo que eu temia que nunca existiu, é o amor a primeira vista, o meu conto de fadas e inclusive é reciproco a mim. Tu me virou de ponta cabeça, me deixou sem pé nem cabeça, me fez romantizar coisas que eu achava banal, fez eu me sentir mais leve, dar valor nas coisas mais simples, ao em vês de você arrumar, você só bagunçou, e eu te agradeço por isso, pois foi a melhor coisa que me aconteceu. Você me fez acreditar em amor a primeira vista, e hoje eu simplesmente te amo cada vez que eu te olho.

-Vitória Medeiros.

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Margo

Capitulo 3.
Terceiro dia. Sim, terceiro dia que ela invadiu meus pensamentos, que não paro um segundo se quer de pensar nela. 
Como de costume, fui para a estação pegar o trem, mas dessa vez era diferente. Eu ficava observando cada detalhe, cada menina, cada mulher que passa eu encarava para ver se a encontrava, mas nada dela. Entrei no trem a mesma coisa se repetia. E, dessa vez ela não passou pela estação. Nem na ida e nem na volta.
Cheguei em casa por voltas 22:00 horas e ao me deitar algo me disse para retornar ao bar que eu tinha há visto pela primeira vez. Então eu obedeci.
Enquanto andava em direção ao bar, cada passo era uma esperança de que ela estaria lá novamente, mas algo me dizia que ela estaria ferida de novo. Então cheguei ao bar e resolvi sentar na mesma mesa. Olhei para a mesa em que tinha a visto, e estava vazia. Fiquei um bom tempo observando aquela mesa, e nada dela.
Meu coração já não estava mais aguentando de tanta ansiedade para encontrar aquela mulher, minha cabeça já estava quase estourando de tantas perguntas que tinha sobre ela. Caraca, ela não poderia facilitar as coisas pelo menos? Ela poderia ter deixado uma pista, qualquer coisa.
Então de repente, a porta do bar se abre, e todos param e olham diretamente para a porta. E quem era? Sim ela! Eu estava naquele bar a mais ou menos 2 horas e ela apareceu. 
Ela se sentou na mesma mesa, e por mais estranho que pareça, ela olhou e sorriu para mim. Aquilo me deixou ainda mais encantado por ela, mais apaixonado! Ela estava linda. Estava com uma roupa diferente, uma calça jeans rasgada, uma blusa inteira branca- acho que ela adorava roupas grandes, porque a blusa estava muito grande para ela- e um tênis na cor preta. Seus cabelos estavam presos a um rabo de cavalo alto, estava com um olhar muito marcante, e sua boca estava vermelha por conta do batom em que estava usando. 
Esperei um tempo para ir conversar com ela, mas tomei coragem e fui. 
"Posso me sentar?" Perguntei. "Sim, claro." Respondeu.
Seu nome era Margo- como no livro Cidades de Papel do John Green, ela até parecia mesmo com a Margo, cheia de mistérios, porém Margo sempre deixava pistas, já ela não gostava que soubessem onde ela estava. Tinha 19 anos, adorava ler, poesias, escrever e estar sozinha. Ela gostava de estar sozinha, mas não de se sentir sozinha. 
Conversa vai, conversa vem, descobri tudo o que precisava sobre ela, inclusive o motivo de todos os cortes e de todas as lágrimas daquele dia. Um babaca havia a trocado por outra. Fiquei pensando como ele deve a coragem de trocá-la, uma garota/mulher tão doce, tão inteligente, tão linda como ela por outra totalmente sem sal. A beleza dela era única, ela não tinha esses negócios de frescura e pouco se importava com suas roupas. Mas havia algo nela que a fazia diferente de todas as outras, não sei explicar bem o que era, podia ser o olhar simples, o sorriso bobo, a alma doce e mais um monte de outras coisas, só não tinha descoberto ainda o que era. Porém sei que esse dia vai chegar.
Ficamos conversando durante umas 3 horas, já era tarde e ela precisava ir embora. Acompanhei-a até o caixa, pedi para que ela me deixasse pagar a sua conta, ela negou, disse que não gostava de depender dos outros, então concordei. Fomos até a porta e do lado de fora do bar ela me deu um beijo no rosto e disse "a gente se vê, eu espero", ela virou e seguiu a escuridão mais uma vez, eu fiquei ali a observando desaparecer em meio aquela rua reta. Tive nesse momento a impressão de que ela olhou para trás e sorriu para mim, e depois desapareceu completamente.
Aquela noite foi a mais feliz da minha vida. Reencontrei a misteriosa, tivemos uma conversa incrível, ela era incrível. Apaixonei-me mais! E eu tive a certeza de que ela iria voltar, tive a certeza que iríamos se encontrar novamente. E o melhor, foi "a gente se vê, eu espero", essa frase ficou marcado em meu coração e em meu pensamento.
Cheguei em casa todo bobo por ela, fiquei horas tentando dormir, mas só pensava nela. Aquela noite nunca ia sair da minha memória, iria até sonhar com ela. Nada foi tão lindo quanto aquilo, nada e tão lindo quanto ela. Ela me deixou completamente apaixonado, ela me deixou bobo.
Naquela noite descobri tudo, naquela noite descobri quem eu queria estar nos braços. Naquela noite descobri a mulher da minha vida.

-Vitória Medeiros.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Se.

Não me venha com esse seu preconceito
Pra cima do meu batom vermelho.
Não me diga que meu short te instiga
Se não vamos ter uma intriga.

Para de dizer que já estou ficando velha,
Ou que nenhum homem vai me querer.
Para de dizer que tenho que me casar
Se nem da sua vida sabe cuidar.

Do que adianta me dizer o que tenho que ser,
Se a escolha sou eu quem tenho que fazer?
Do que adianta me dopar,
Se não vamos dançar ?

Pra que dizer que a culpa foi dela,
Sendo que quem foi forçada foi ela?
Pra que dizer que ela mereceu
Se seu parceiro-ou não-foi quem "escureceu"? 

Apenas tenha amor por ela, 
Apenas lhe de uma rosa,
Sem espinhos para não ser dolorosa.
Pois se furar, o sangue escorrendo não será só dela,
Mas sim de um par delas.

-Vitória Medeiros.

Margo

Capitulo 2.
Quando sai daquele bar, fiquei pensando se poderia encontrá-la novamente, se ela estaria pensando em mim, se ela ainda estava machucada (tanto nos braços quanto no coração), se ela tinha se apaixonado por mim assim como eu me apaixonei por ela - meio clichê esse amor que tenho por ela, "amor a primeira vista". Foram várias perguntas se formando em minha cabeça até eu chegar em casa, mas a pergunta que mais me incomodava era de quem era ela. Porque nunca tinha visto nada igual, nunca tinha sentido algo tão forte assim por alguém que nem tinha se quer conversado, tinha apenas trocado um olhar e um sorriso e mais nada.
Mas ela parecia ser diferente. Não! Ela era diferente, eu sentia isso, dês do seu jeito de se vestir ao seu jeito de andar, dês do batom vermelho que estava quase sem já, até as cicatrizes em seus braços. Ela era a diferença que eu precisava.
Cheguei em casa, liguei o chuveiro, deixei a água cair para esquentar um pouco enquanto eu procurava uma roupa para colocar. Entrei no chuveiro tentando parar de pensar um pouco nela, mas a água estava muito fria, e ela parecia estar ali. A água fria me fazia lembrar dela, pois em certos momentos que a observei naquele bar, senti que não havia mais fogo dentro dela, porém já tinha sido tomada por uma frieza inexplicável.
 Não demorei cerca de 5 minutos no banho, quando sai, me troquei e fui me deitar. Na verdade sentei na cama e fiquei olhando para o nada. Nesse tempo reparei que meu quarto estava uma bagunça, que me fez lembrar que alguém tinha bagunçado os sentimentos e a cabeça dela. Resolvi dormir, pensei: amanhã será um novo dia e ela já não estará mais em meu pensamento, também não vou mais encontrá-la.
Enganei-me.
No outro dia de manhã, estava no trem, quando olho pela porta, quem está lá? Ela. Eu olho fixamente e ela me encara como se me conhecesse e dissesse para ir atrás dela. Saio em disparado à porta, mas já e tarde demais. A porta se fechou. E mais uma vez ela se foi. 
No tempo em que ficamos nos encarando, eu reparei que ela estava com a mesma roupa de ontem a noite, a mesma camiseta jeans, o mesmo all-star, a mesma calça, e o mesmo batom. Só o cabelo que estava um pouco mais bagunçado, e dessa vez ela estava carregando uma pequena bolsa de lado. Essas eram as duas únicas coisas que tinham mudado de ontem para hoje nela. 
Mas cara, da onde ela veio? Será que ela estava bem? E os cortes? Quem ela e? Foram tantas perguntas que ficaram em minha cabeça aquele dia, o dia todo pensando nela, o dia todo imaginando o que ela estaria fazendo, com quem estaria, como era o seu nome e tudo mais. Ela estava fazendo com que tudo se tornasse um mistério, como se ela fosse um mistério. Na verdade, ela era o mistério, e eu era o detetive buscando pistas sobre uma garota/mulher que eu nem ao menos sabia o nome. Mas isso tudo estava me fazendo querer conhecê-la o mais rápido possível.
Depois de voltar pra casa, descobri que eu realmente me apaixonei por ela, por uma garota/mulher misteriosa. Mas por uma garota/mulher que eu tinha a certeza de que me queria. Tive a certeza depois de ter reencontrado ela na estação. Depois de ter olhado mais uma vez nos seus lindos olhos, e de ter mais uma vez a sua alma junto a minha. 
Decidi então, que a partir de hoje, será uma busca sem volta por ela.

-Vitória Medeiros.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Eu te amo e sempre vou te amar.

Tua voz me acalma. Seu carinho me deixa com vontade de querer viver para sempre ao seu lado. Seu cheiro e o melhor perfume que já senti. O sabor do seu beijo me faz não querer experimentar mais nenhum outro. 
Quando suas mãos me tocam eu sinto proteção. Quando seus olhos encontram com os meus, eu consigo ver sua verdadeira alma. Quando seus braços me envolvem eu sinto paz. Quando seu sorriso se abre, me sinto feliz por ser um dos motivos dele, agora quando uma lágrima sua se escorre, a minha felicidade vai junto com ela, por não ter a impedido de escorrer. 
Coloco meu ouvido junto ao seu peito, bem em cima a onde bate seu coração, e ouço ele batendo cada vez mais forte, e sei que o motivo sou eu. Sei também que quando  você faz suas piadas, suas graças ou suas provocações, e porque você quer me fazer sorrir ou ficar brava. Só eu sei o quão você ama isso. Sei também que sua mania de lavar a mão e de arrumação, me faz garantir que não terei problemas quando casarmos e tiver nosso canto.
Sei que tudo isso é amor. Tive dúvidas sim se era, mas é. É porque não vejo o mundo sem você, não me lembro da minha vida sem você, e não há vejo sem você. 
E amor e sempre vai ser. Porque cadê gesto, palavras, atitudes e emoções sua, me provam isso. Me provam que você é para mim e sempre vai ser, e eu sou para você  sempre vou ser. Somos feitos um para outro e ninguém pode negar. Eu te amo e sempre vou te amar.

Margo.

Capítulo 1.

Um dia estava passando em frente a um barzinho, e algo me chamou a atenção. Tive que entrar. Entrei e sentei-me à mesa do canto, e logo me deparei com uma garota sentada na mesa da frente. 
Percebi que ela estava ali a mais ou menos uma hora e meia, pois havia alguns copos na mesa, é não era de cerveja nem de vodca ou de tequila, parecia mais um suco avermelhado, bem escuro. Fique ali então reparando nela. Era uma garota de cabelos pretos longos e lisos, como ela estava de cabeça baixa, algumas mechas caiam sobre seus olhos, seus olhos eram bonitos por sinal (eram verdes, um verde simples e que diziam oque havia em seu coração). Ela retirava as mechas de seus olhos cada vez que caia, levava cada uma delas diretamente ao cabelo, colocava cada uma no lugar de onde elas vieram. Seu rosto estava pálido, sua boca não tinha nem cor é sua respiração estava ofegante demais para estar calma. Sua perna não parava de balançar, como se ela estivesse preocupada com alguma coisa. 
Por um instante eu desviei o olhar, olhei para um grupo de amigos sentado na mesa ao lado que fazia muito barulho, não foi só eu que me distrai com eles, ela também olhou, todos no bar olharam. E essa foi a primeira vez em que ela levantou a cabeça enquanto estive ali, acho que foi a primeira vez desde quando ela estava ali.
Voltei o olhar nela, e reparei que usava um batom vermelho, que só havia um pouco ainda em sua boca e o resto estava marcados nos copos. Ela usava uma blusa preta, com uma jaqueta jeans que não parecia ser dela, ficava um pouco grande nela, uma calça rasgada um pouco surrada e um all-star branco meio sujo. Ela não parecia ser o tipo de garota que se importasse com sua roupa.
Reparei também, que o riso dela era meio frouxo, meio forçado, não era um riso feliz. Logo em seguida, reparei que em um de seus braços eram marcados, e que seus pulsos havia cicatrizes, parecia bem profunda, mas já estavam desaparecendo. Então reparei no outro, fixei meus olhos e percebi que também estava marcado, mas as marcas eram recentes, ainda escorria o sangue dos cortes. Percebi outra vez, a cada gota de sangue enchia um copo, e a cada gota de sangue dentro do copo uma lágrima sai de seus olhos.
Mas não entendi na hora o motivo de tudo isso em que ela estava passando. Era tão estranho e novo para mim. Pensei comigo mesmo ''como pode uma garota tão linda ter tanto sofrimento assim?''
Pela segunda vez ela levantou a cabeça, só que dessa vez ela olhou diretamente para mim, e nesse instante seus olhos se encontraram com os meus durante uns 5 segundos ficaram um tentando encontrar a alma do outro. E sem querer, encontrei a alma dela. Era uma alma doce, mas que havia amargura, uma alma de amor, mas que havia ódio, uma alma de um coração partido em mil pedaços. Uma alma de garota, com rosto de mulher. Uma alma que nem sempre foi triste ou que sentiu tanta dor igual que sentia hoje. Uma alma forte e que tinha medo de se expressar.
Ouvi então ela cochichando para si mesma que seu coração foi enganado mais uma vez, que ele tinha sido jogado fora e não pertencia, mas a uma certa pessoa, a o amor do mês na verdade. Ela dizia ao coração para que ele fizesse uma parceria com o cérebro, dizia também que ele tinha que agir com a razão é não com o coração. A última coisa que ela disse foi para não se deixar enganar novamente, para não ser tonta de se apaixonar novamente. 
E de repente ela enxugou as lágrimas, limpou o sangue e se levantou. Eu percebi quando ela olhou para mim e sorriu, percebi que em todo instante que estive a observando, ela sabia que estava a olhando. Não tinha sido discreto, e nem ela escondia a dor. Para ser sincero, ela escondia sim, mas só quem tinha uma alma verdadeira conseguia enxergá-la.
Ela foi até o balcão e pagou a conta, olhou para mim e sorriu novamente. Abaixou a cabeça e seguiu até a porta.
Fui atrás dela, não queria mais perder tempo a vendo ali sofrer me apaixonei por ela. Sai correndo para porta achando que iria conseguir a alcançá-la, mas quando passei pela porta já ela tarde. Ela já não estava mais lá, estava tudo escuro, e essa escuridão parecia ser feita para ela. Ela não estava mais lá.
Vi então que nunca mais iria esquecer aquela garota. Vi que ela não era uma garota, era uma mulher. Vi então a quão linda era ela, e a quão linda era sua alma. Consegui ver que o coração dela ficou ligado ao meu.
Sim, me apaixonei pela garota/mulher do bar, mas eu sabia que nunca mais a veria ou não, más meu coração já era dela, e eu queria ajudá-la. Mas eu me apaixonei pela garota/mulher daquele barzinho. Dei-me conta então que o motivo de eu ter entrado naquele bar, a atenção que ele me chamou ( na verdade não tinha sido ele) era tudo por causa dela. 
Sim, eu nunca vou a esquecer daquele dia, nunca vou esquecer aquele bar. Nunca vou esquecer aquela garota/mulher.
Me apaixonei pela garota/mulher do bar.

-Vitória Medeiros.

Destino

Não acredito em signo,
Só em destino mesmo.
Só acredito também,
Porque ele me trouxe você.

Nós encontramos por acaso
Naquele trem.
Você trombou comigo por conta do destino,
E por conta do destino, ficamos juntos.

Você ficou todo sorridente quando me viu indo até você,
E eu fiquei toda envergonhada ao falar com você.
E depois disso, a única vergonha que tivemos
Foi da nossa primeira vez.

Foi realmente o destino que te trouxe até mim
Ou foi ele quem me trouxe até você,
Só sei que ele foi bem generoso com nós.
Só sei que ele me mostrou o amor.



-Vitória Medeiros.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Cê é um anjo.

Cê e um anjo. Cê e meu anjo da guarda. Cê veio pra cá só pra me proteger, me livrar de todo mal, me aturar e principalmente me aturar. Cê e o melhor presente que tive. Cê e o amor da minha vida. De anjo da guarda cê foi promovido pra ser meu, e essa promoção fez com que ocê se tornasse o amor da minha vida em forma de anjo.

-Vitória Medeiros.

Clarice

Clarice era uma jovem
Que queria se casar
Mas Clarice não conseguia achar um
Homem que a faria mulher do lar.

Clarice tentou com o açougueiro namorar
Mas Clarice não suportava o cheiro de peixe no ar
Tentou então com o filho do fazendeiro
Mas ele só queria fazer sexo no chuveiro 

Clarice resolveu não se casar
Percebeu que não precisa de homem para fazê-la mulher do lar
Porque Clarice já era Bela, Recatada
E do Lar!

-Vitória Medeiros.

Você.

Toda noite eu ia dar uma volta na rua, para me dispersar um pouco da loucura da vida, da minha vida. Sempre ia a um café perto de minha casa, e sempre pedia um cappuccino gelado com chantilly. Andava depois mais uns três quarteirões e ia até o parque central da minha cidade. Ficava ali então por horas, olhando cada canto e cada detalhe, nada passava desapercebido de meus olhos, nem mesmo aquela estrela cadente que iluminou o céu por um segundo. Como aquela estrela era linda, me fez lembrar de você. Como você é linda.
Depois de ela ter passado, fiquei observando o céu, vi que ele estava bem estrelado mas havia muitas nuvens negras nele. Você também é assim, tem esse brilho lindo que ilumina tudo, mas em volta tem a nuvem negra que faz com que você fique mais linda ainda.
Olhei para a lua, e ela estava pequena, mas combinava com o céu, eles pareciam se abraçar. Lembrei de nós, você pequena e eu grande, a gente se abraçando e você ouvindo o meu coração e eu apenas preocupado para não te machucar, mas te segurava forte para você não ir embora. Voltei o meu olhar ao parque e vi uma árvore cheia de flores, que por um acaso, ela me encanto muito. Cheguei mais perto e ela tinha um cheiro muito gostoso, era a tal dama da noite. Ah, dama da noite, é assim que eu te chamo todas as vezes que você coloca aquele vestido preto cheio de brilho, com o seu sapato de salto que quando você coloca fica quase do meu tamanho e aquele batom vermelho combinando com seus olhos e a cor dos brincos. Fora o perfume gostoso que você tanto passava, tinha o mesmo cheiro daquela flor.
Percebi então, uma rosa, era linda mas tinha muitos espinhos a protegendo e me lembrei novamente de você, do nosso começo. Você era como essa rosa que me chamou tanto a atenção, era tão frágil por dentro mas por fora era cheia de espinhos para se proteger. Foi difícil conseguir chegar nas suas pétalas frágeis, me machuquei várias vezes, mas quando consegui vi que valeu a pena. Resolvi pegar a rosa do chão e te levar de presente, já que você gostava tanto de flor e já que ela me fazia me lembrar de você.
Andei um pouco e me sentei no chão do parque. Era um chão coberto de grama, uma grama verde, um verde bem clarinho. Gostei daquele verde, então deitei para descansar um pouco, para pensar um pouco.
Me virei de lado e vi um casal deitado na grama também, eles se abraçavam, ela deitada em cima do braço dele com a cabeça em seu peito. Ele a olhava e sorria, dizia ele o quão linda era ela é que ela era a mulher da vida dele. Ela então sorria e dizia que sorte dela foi ter achado ele. Ali naquele instante me passo um pequeno filme na cabeça, me veio aquela noite em que ficamos até tarde no fundo de casa um fazendo juras de amor para o outro. As juras em que ambos estamos cumprindo. Senti a brisa do vento logo quando me levantei, e lembrei da sua respiração, fraca e gostosa de sentir.
Me levantei, me arrumei para ir embora, para partir dali.
Quando estava voltando para casa vi uma mercearia entrei e lhe comprei aquele chocolate colorido que você tanto adora, o chocolate mais doce que eu já vi na vida, doce igual a você. Igual a sua doçura quando me faz um carinho, quando me dá aquele beijo e quando sua mão entrelaça na minha. 
Chegando perto de casa, junto com a rosa e o chocolate, passei pela esquina em que demos o nosso primeiro beijo, a esquina em que tudo começou. 
Cheguei em casa e fui direto ao quarto onde você estava, já era tarde e você já estava dormindo (como você  linda dormindo por sinal, parecia mais um anjo) fiquei com do de te acordar, então deixei a rosa e o chocolate em cima do criado mudo para quando você acordar ver, te dei um beijo e te cobri, deitei ao seu lado te abracei, você se aconchego e dormiu. 
Nessa noite tive a certeza de que você e minha, na verdade eu sou seu, pois foi você quem me conquistou. Nessa noite vi que em cada canto me lembrava de você, vi que meu amor e seu e seu amor e meu.  Sei que aquele parque e nosso, é que a noite e nossa. Sei que somos feitos um para o outro. Sei que eu te amo.

- Vitória Medeiros.

Era diferente.


E lá estava ela, mais uma vez com o coração em pedaços. E mais uma vez a história vai se repetir. E mais uma vez ela vai chorar e dizer que todos são iguais. Mais uma vez o coração se enganou dizendo que era ele é que ia dar certo, mas mais uma vez ouve traição e desrespeito.
A conquistaram novamente. A conquistaram dizendo que ele ia ser diferente, dizendo que ia dar certo e que era amor para vida toda (todos já haviam a dito isso antes, mas ela não via), e mais uma vez conseguiram a enganar.
De novo a história se repetia.
De novo ele disse que ela era a .mulher da vida dele, e que ele nunca a trairia. De novo falaram que haveria casamento naquela capela  central da sua cidade, vestido branco, terno; gravata, madrinha de honrar, convidados e festa, e de novo ela ficou esperando e não ouve nem um ''bom dia minha amada''. 
Só que dessa vez...
Dessa vez, a mulher ou menina ( como você preferir a chamar), se apaixonou. Perdeu a cabeça, enlouqueceu, perdeu o juízo, a dignidade. Perdeu  confiança, o rosado do rosto, criou olheiras. 
Perdeu os sentidos, a unha comprida. Perdeu seu coração, se apaixonou, amou.
E dessa vez ele fez com que todos que ela havia conhecido fossem iguais, ele fez com que ela perdesse a esperança.
Ele a fez fria, a fez ficar sem esperança, e fez e com que ela não acreditasse no amor...
E dessa vez foi diferente, ele era amor e ela era uma pedra de diamante a ser descoberta.


- Vitória Medeiros.

Sonho das Sete.

Tudo é tão estranho,
São sete horas da manhã e eu já estou acordada.
Deveria ter dormido mais...
Como!? Se você não sai da minha cabeça.

Sonho acordada todas as manhãs.
Olho para o lado e te vejo na minha cama,
Foi só um sonho.
Sonho que talvez nunca será realizado.

Você está tão perto de coração,
Mas tão longe fisicamente.
A solidão já chegou e bateu na minha porta,
E você nem se quer deu sinal.

Acho que já posso parar de sonhar,
E acordar para a realidade.
Eu e você seremos um sonho, um lindo sonho por sinal.
Mas será apenas um sonho a se realizar.


- Vitória Medeiros.