domingo, 20 de novembro de 2016

Margo.

Capitulo 4.

Depois do nosso ultimo “encontro” tive uma vontade inexplicável de querer encontra-la todos os dias, mas isso era impossível porque ela não era do tipo que deixa numero de celular e marca o dia a hora e o local, como eu já havia dito antes, ela era tipo a Margo do John Green, gostava de ser misteriosa e se deixar levar pelo destino.
Nos próximos três dias eu fiquei indo aquele bar todas as noites para tentar revela, mas ela simplesmente não apareceu. Observei também cada canto, cada mulher, cada garota da estação e nada dela, nem se quer uma pista ou alguém parecida com ela, isso me deixava intrigado.
Porém, teve um dia que eu acordei todo feliz, e nem motivo tinha, o dia tinha começado estranho. Estranhei minha felicidade, estranhei que reparei que minha vizinha tinha um coelho no quintal, estranhei que reparei nas pessoas que passavam por mim na rua e estranhei mais ainda por ter dito a sensação de que algo bom estava para acontecer.
Logo a noite eu fui para o tal bar, cheguei e dessa vez não me sentei a mesa como de costume, me sentei ao banquinho do balcão de bebidas. Pedi uma dose de tequila com limão, não tinha o costume de pedir isso, porém o dia já estava estranho, e como já estava acabando resolvi então deixar ele um pouco mais estranho. Quando o garçom me entregou a bebida, vi que havia um bilhete colado no copo. Perguntei o que era aquilo, ele nem deu muita bola, resolvi abrir e ler, dizia: “ME ENCONTRE DAQUI 20 MINUTOS NA RUA TRÊS COM A CENTRAL”. Fiquei sem entender nada, não tinha nada de identificação de quem teria mandado e para quem era. Perguntei para o garçom se realmente era para mim, e quem foi que mandou, ele me virou as costas e fez uma cara de pouco amigo.
Margo. Certeza que tinha sido ela. Mas porque ela queria se encontrar comigo? Ainda mais na rua do lado da minha casa – não sei se ela sabia que era ao lado de casa-, e em 20 minutos? A curiosidade de quem era tinha me invadido naquele momento, e eu com um pouco de medo fui correndo ate a rua três com a central para encontrá-la. Mas, caraca, ela já havia percebido que eu já estava loucamente apaixonado por ela, não precisava de joguinhos, eu iria sem mais nem menos, por ela eu iria até ao inferno.
Cheguei ao local marcado, e me surpreendi, sim, era ela. Margo. E ela estava linda como sempre. Cabelos lisos, sorriso encantador, maquiagem quase imperceptível, a calça rasgada novamente, o sapato dessa vez era um tênis vermelho, a blusa era preta, e a jaqueta jeans amarrada na cintura. Ela olhou para mim, sorriu e disse “oi, vamos para sua casa, preciso conversar com você”. Espantei-me.  Fiquei me perguntando como ela sabia a onde eu morava, e  o que ela queria, mas não me dirige a uma palavra a ela –ela tinha sido tão direta que não soube o que falar- eu apenas estiquei o braço para mostrar por onde iriamos, mas ela parecia que já conhecia o caminho. 
Faltava apenas algumas casas para chegar a minha, estávamos em silencio, quando ela respirou fundo e disse “me desculpe por ter te encontrado dessa forma”, assim ela quebro todo o silencio, e então até chegar em casa fomos conversando, nada de interessante, foi uma conversa normal. Cheguei em casa, abri a porta para que ela entrasse primeiro, disse o clichê de sempre “sinta-se a vontade”, ela sentou no sofá, fui até a cozinhar pegar algo para beber, entreguei um copo com um pouco de suco de limão, e tive que observar o seu pulso e braço a hora que ela esticou para pegar o copo. Sim, ainda estavam todos marcados, alguns pareciam ser de cedo, outros já parecia ser de uns dias atrás.
Como que a curiosidade me pegou, perguntei a ela como ela sabia a onde eu morava, e como ela sabia que eu estava no bar naquele horário. Ela me disse que era bruxa e adivinhava as coisas, rimos. Ela realmente tinha um sorriso lindo, e uma risada que parecia ser musica aos meus ouvidos.  Conversamos por horas, já passava da uma da manhã e era assunto que não acabava mais, parecíamos melhores amigos ou amigos que não se via a anos. A conversa estava tão boa que nem percebemos que o tempo lá fora tinha mudado e estava começando a chover. A chuva aumentou e ela apenas se questionou de como ela iria embora, eu não estava com o carro para leva-la, então ofereci minha cama e uma blusa para ela dormir, disse que ela não precisava se preocupar porque eu iria ficar pela sala mesmo. Ela disse que confiava em mim e sabia que eu nunca faria nada que ela não quisesse ou que a machucaria.
Ela aceitou meu pedido. Foi ao banheiro e se trocou, arrumei a cama para ela e quando ela ia se deitar me deu um beijo no rosto e disse “boa noite, e obrigada por ser meu ouvinte essa noite”. Fiquei na porta do quarto vendo ela se deitar, ela era linda, não canso de repetir isso, ela era mais linda ainda dormindo. Pegou no sono muito rápido, cheguei perto da cama a cobri e dei um beijo em sua testa, ela meio que acordou e disse “pode se deitar aqui do meu lado, estou com um pouco de medo”, não poderia recusar esse pedido, mas a respeitei, deitei com um pouco de remorso, mas ela preferiu me deixar com um pouco mais de tensão ainda, ela se deitou em meus braços. “Apenas amigos” eu repetia para mim.

Caraca, ela estava em meus braços nessa noite, meu sonho realizado, não da forma que eu queria, mas ele estava sendo realizado, por ela ainda! Trovoes não a assustaram e eu a protegi.  Ela estava nos meus braços, e estava linda, parecia um anjo, tinha uma luz incrível. Claro não podia deixar de observá-la, fiquei atento a cada detalhe, até que peguei no sono com ela em meu colo.  Meu sonho realizado, ela estava dormindo em meu colo.

-Vitória Medeiros.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Reciprocidade.


Nunca acreditei em amor a primeira vista, para ser bem sincera, nunca acreditei na reciprocidade. Sempre achei que isso era conto de fadas e coisa de gente que amava intensamente, só acreditava no amor não correspondido, até que minha perspectiva mudou completamente depois de sua chegada, na verdade, tudo mudou depois que você apareceu...
Eu estava uma bagunça, havia vários ferimentos dentro de mim, é alguns ainda estavam sendo cicatrizados. Não queria que você entrasse de qualquer jeito em meu coração, queria que sua chegada fosse marcante e linda, queria que tudo estivesse arrumado, limpo e sem ferimentos por isso pedi calma. Não pedi exatamente com essas palavras, pedi na negação do que eu mais temia: amor à primeira vista. 
Estava acontecendo comigo, tive que negar, mas você se declarou e ao em vês de esperar eu arrumar tudo para sua chegada. Esse sentimento que você me causou logo de cara me deixou confusa em vários sentindo, nunca tinha sentido algo tão intenso na minha vida, não sabia o que era então tive que negar sim, para minha proteção e para a sua. 
Na verdade, eu nunca quis negar, (eu nunca te neguei na verdade) mas eu fui obrigada a fazer o que eu fiz você me entende? Eu era só uma menina sofrendo por amor, e você chega do nada e já quer fazer outro estrago assim?! Não era muito o que eu queria. No fundo, bem no fundo, eu sempre te esperei, porém você chegou na hora errada. Errada que eu digo foi o momento em que você veio, porque a hora em que eu te conheci tudo mudou...
Na hora em que eu te conheci me contradizei em tudo. Descobri o que era amar logo de cara, e descobri também que não era coisa de gente que amava intensamente, e sim era coisa de gente que precisava amar intensamente, mas não amar qualquer pessoa, mas amar um desconhecido pelo simples dela tem que conhecer o real sentindo disso tudo. E foi com você que eu conheci isso.
Você não me deixou organizar tudo para sua chegada, não quis esperar assim como tinha te pedido, você feito um furacão sem avisar e nem nada, veio sem ao menos mandar um sinal, e bagunçou tudo de novo. Por alguns instantes eu fiquei furiosa com você, não acreditava em uma só palavra sua, nem no seu eu te amo, afinal, eu nunca acreditei em reciprocidade né. Mas mesmo você não acreditando, hoje eu te digo que sempre fui recíproca a você, e não foi atoa que me apaixonei logo de cara.
Você e tudo aquilo que eu temia que nunca existiu, é o amor a primeira vista, o meu conto de fadas e inclusive é reciproco a mim. Tu me virou de ponta cabeça, me deixou sem pé nem cabeça, me fez romantizar coisas que eu achava banal, fez eu me sentir mais leve, dar valor nas coisas mais simples, ao em vês de você arrumar, você só bagunçou, e eu te agradeço por isso, pois foi a melhor coisa que me aconteceu. Você me fez acreditar em amor a primeira vista, e hoje eu simplesmente te amo cada vez que eu te olho.

-Vitória Medeiros.